terça-feira, 14 de setembro de 2010

Familia Brasil


- Ta bom?
- Um pouco mais a direita.
- E agora?
- Desiste mulher, essa porcaria não tem jeito!
A idéia fixa da mulher em sintonizar o canal de TV irritava Jurandir, que há muito perdera a fé na vida e na velha engenhoca do quintal.
- Onde está o homem com quem me casei?
- Pergunta mais fora de hora, vai caçar o que fazer mulher.
- Às vezes me pergunto: onde foi que erramos?
- Se me permite responder, erramos na teimosa tentativa de vivermos nossos sonhos... Nunca ouvi dizer que sonhos enchessem barriga.
A mulher deu de ombros. Belazinha a muito perdera sua fé também, principalmente no casamento falido.
Há algum tempo desempregado, Jurandir até então professor de português, hoje passava suas tardes compondo marchinhas de carnaval em seu bandolim.
A vida não fora muito generosa com a família Brasil que agora via o filho caçula comandar o trafico de entorpecentes na região.
Belazinha sentia que para livrar-se dos problemas não precisaria entregar-se a eles. (A antiga batalha feminista pelos próprios ideais)
- Ai mulher! Ta limpinha.
- Hã?
- Corre vem aqui.
- O erro consiste em não tentar, aprende isso duma vez.
- Não me amola e fecha a janela para as muriçocas não entrarem.
Belazinha fecha a porta acatando o pedido do marido fracassado e senta-se a tempo de ver “O boa noite” de despedida dos apresentadores do tele-jornal que tanto queria assistir.
-Droga.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Carpe Diem

"Carpe Diem" quer dizer "colha o dia". Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente.
Uma noite de céu escuro com estrelas... O vento vinha cortante como uma navalha, envolvia-nos em um sentimento de paz, conforto e alegria, o véu da noite dava-nos o escudo necessário para escondermos nossos anseios e pesares, quando a noite está suficientemente negra o que bem vale é as palavras, somente as palavras.
Estávamos no alto de uma antiga construção a beira mar, as ondas lambiam as pedras numa satisfação invejável... Tudo que realmente queríamos era está ali, colhendo a noite, falando sobre prosperidade mais sempre aproveitando o momento que como o próprio nome diz é um presente.
Eu e dois amigos, isso bastava? Três pessoas?  Multidão não significa absolutamente nada, quem tem muitos amigos corre o risco de não ter nem um. E estar ali sinceramente era a coisa mais importante no momento.
A vida não passa de uma questão de tempo, para estarmos mortos, basta estarmos aqui. Não é prudente viver todo o seu tempo fazendo contas e rabiscando planos, é sabido que o futuro é inserto - Isso não significa que temos que viver de uma forma desesperada porque o amanhã pode sim chegar- Só não se apegue demasiadamente a essa maneira ingênua de esconder-se no que está por vim como desculpa para não aproveitar esse presente que está bem diante de você.

Colha o dia!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O medo.


Uma amiga me pediu essa semana para que eu escrevesse sobre o medo.Inspiração para muitos artistas de diversas gerações, o tema é instigante e de largas definições.
Hoje, em meio a um mundo caótico, as guerras urbanas e a luta diária pela sobrevivência sufocam a população. O medo de não conseguir e o fato de não ousar, são as causas da maioria dos fracassos.
Ralph Waldo Elerson, filósofo e poeta, disse: "Faça aquilo que você receia e a morte do medo será certa."
Quando o medo passa a ser uma obsessão, deve ser tratado como uma fobia. Existem métodos e especialistas que cuidam para que esse tipo de transtorno não faça de quem os possua um escravo.
As opções para o medo são: Enfrentar ou fugir. Em princípio, enfrentar pode ser uma reação positiva. Isso não quer dizer que fugir seja uma reação negativa. Tudo depende da situação e é preciso reconhecer os próprios limites. Quando há uma situação de ameaça real à sua vida, o medo não é uma reação patológica, mas de proteção e autopreservação.
William Shakespeare disse: "Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar".

Eu tenho medo do novo, tenho medo da morte, medo de não conseguir. Por isso me apego tanto ao agora... Eu tenho medo de sombras... Tenho medo do mar...De altura...Passadas na rua à noite quando sem sono me causam pavor!

E você tem medo de que?